CLIPPING DE 08/06/2013

Seminário debate ações para combater a corrupção na saúde:
O evento apresentou casos e exemplos práticos de como a iniciativa privada pode criar mecanismos de compliance e ajudar a combater a corrupção.
Como organizar um mercado transparente, ético e justo na cadeia de fornecimento de produtos e serviços para a saúde foi o tema de seminário promovido pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil (Britcham) no último dia 28 de maio, em São Paulo.
Durante as palestras do evento, representantes de empresas, do poder público, de associações empresariais e de organizações da sociedade civil apresentaram casos e exemplos práticos de como a iniciativa privada pode criar mecanismos de compliance e ajudar a combater a corrupção.
Umas dessas propostas são os Acordos Setoriais, uma metodologia em que empresas concorrentes de um mesmo ramo econômico estabelecem, voluntariamente, regras para coibir suborno, promover condições de mercado justas e transparentes e prevenir práticas de corrupção.
Durante o evento, Marina Ferro, coordenadora de Políticas Públicas do Instituto Ethos, apresentou a proposta do Acordo Setorial para Alta Tecnologia em Saúde, umas das ações desenvolvidas pelo projeto Jogos Limpos, do Instituto Ethos. Além das empresas de saúde, companhias de distribuição de energia também estão elaborando seus acordos. Os próximos setores serão o de construção civil e o de transportes.
Hamilton Caputo, representante do Tribunal de Contas da União, apresentou os mecanismos que o governo federal vem adotando em suas compras para minimizar os riscos de irregularidades e contas superfaturadas. Já Denis Jacob, gerente sênior de Commercial Assurance, apresentou a experiência da Becton Dickison, empresa do ramo de suprimentos e equipamentos para saúde, com a criação de seu programa de compliance.
A Britcham disponibilizou em seu site todas as apresentações dos palestrantes. Confira aqui.
Além da Câmara Britânica, 16 organizações da área de saúde apoiaram o evento: a Associação Brasileira da indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Hospitalares; a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios; a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes; a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial; a Confederação Nacional de Saúde; a Federação de Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo; a Fênix – Associação Pró-Saúde Mental; o Instituto de Compliance e Integridade Corporativa; o Instituto de Estudos em Saúde Suplementar, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo; e a Vigilância Sanitária Digital.

CLIPPING DE 07/06/2013

Empresas divulgam ações de adaptação às mudanças climáticas:
Encontro latino-americano acontece na sede da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo.
No dia 26 de junho de 2013, realiza-se o Fórum Latino-Americano de Adaptação às Mudanças do Clima, promovido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Eaesp), em parceria com o Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) – Nairobi Programme.
As mudanças do clima já são uma realidade e a necessidade de os países se adaptarem a esse novo cenário é iminente. Na América Latina, o aumento do nível do mar, a maior frequência e intensidade de chuvas, a alteração de microclimas e o aumento da estiagem são alguns dos impactos que podem afetar diferentemente cada região e cada economia local.
As empresas latino-americanas estão sujeitas a riscos, desde a interrupção de cadeias de transporte, quebra de infraestruturas e redução na produção de energia, até o aumento de pragas na lavoura e a perda de safras. Os mesmos riscos podem ser tratados como oportunidade de inovação e salto de competitividade, com a criação de novos processos, produtos e serviços mais resistentes, adaptáveis e que possam atender às novas demandas e necessidades que surgem com as mudanças no clima.
Centenas de exemplos de casos empresariais em adaptação estão disponíveis no banco de casos on-line do Private Sector Initiative (PSI), da UNFCCC. Entre eles, está o caso brasileiro do HSBC, em parceria com a Allianz, que, ao mapear os riscos iminentes das mudanças do clima, criou um seguro agrícola para ajudar os fazendeiros a lidar com perdas relacionadas a essas mudanças.
Iniciativas como o PSI, metodologias e boas práticas fazem parte da agenda do fórum, que tem como objetivo envolver as empresas no debate e na atuação em adaptação às mudanças do clima, evidenciando a estreita conexão desse tema com os negócios dos diversos setores.
Com patrocínio da Vale, Gol, GIZ, Consulado dos Estados Unidos e Fundação Konrad Adenauer, o encontro reunirá empresas, governos e organizações da sociedade civil de toda a América Latina e pretende inaugurar uma série de eventos abordando a adaptação às mudanças do clima.
As inscrições devem ser feitas pelo hotsite do evento.
SERVIÇO

O quê: 
Fórum Latino-Americano de Adaptação às Mudanças do Clima;

Quando: 26 de junho de 2013, das 8h30 às 17h00;

Local: Sede da FGV-Eaesp – Salão Nobre;

Endereço: Rua Itapeva, 432, 4º andar – Bela Vista, São Paulo (SP);

Mais informações e inscrições: Pelo hotsite do evento.

CLIPPING DE 06/06/2013

Nova geração dos Indicadores Ethos passa por consulta presencial:
O evento faz parte do processo de revisão dos Indicadores Ethos que vai resultar nos Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis.
Nesta terça-feira, 4 de junho, o Instituto Ethos promoveu uma consulta presencial sobre os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis, a nova geração da ferramenta, que será lançada ainda este ano.
Realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, o evento faz parte do processo de revisão dos Indicadores Ethos que vai resultar na nova versão e teve como objetivo apresentar os resultados obtidos até agora e abrir espaço para as contribuições do público presente, que incluía representantes de empresas, de organizações da sociedade civil, da academia e da mídia.
O trabalho que está sendo apresentado ao público vem sendo apoiado pelas seguintes instâncias: o Conselho Orientador dos Indicadores Ethos, composto por especialistas e organizações que representam os stakeholders da iniciativa; o Comitê Consultivo Técnico, integrado por empresas, entidades empresariais e organizações promotoras de iniciativas em sustentabilidade; e o Comitê Consultivo Plarse, formado por organizações da América Latina que adaptaram os Indicadores Ethos para os contextos locais.
A revisão também conta com três grupos de trabalho – o GT de Aplicabilidade, o GT de Planejamento e o GT de Processo –, que sugerem melhorias considerando o uso dos Indicadores Ethos e a melhor orientação para as empresas, sempre respeitando a estrutura geral proposta para a nova versão e as diretrizes estratégicas recomendadas pelo Conselho Orientador e considerando as tendências globais da responsabilidade social empresarial e da sustentabilidade.
“O processo de revisão do conteúdo da ferramenta está sendo conduzido de forma madura”, afirmou Sônia Favaretto, diretora de Sustentabilidade da BM&F Bovespa e membro do Conselho Orientador dos Indicadores Ethos, que participou da abertura do encontro. “Questionamos até mesmo o espaço dos Indicadores Ethos entre as empresas, considerando-se o número de iniciativas atuais”, continuou ela, citando como exemplo as Diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), que constituem uma metodologia para relatório, e o próprio Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&F Bovespa, que reúne indicadores de empresas com ações na bolsa.
“Cada uma delas tem o seu espaço”, prosseguiu a diretora. “Embora as empresas digam que têm muitos questionários para responder, é importante ressaltar que as iniciativas são voluntárias e que o mercado oferece opções para o tipo de trabalho que a empresa deseja realizar naquele momento.” Para ela, os Indicadores Ethos continuam sendo uma ferramenta imprescindível para que a empresa faça seu autodiagnóstico em relação a suas ações em favor da sustentabilidade e da responsabilidade social.
Os membros do Conselho Orientador presentes no encontro foram unânimes em destacar a qualidade do processo de revisão dos Indicadores Ethos. “O trabalho está sendo feito no sentido de tornar a ferramenta mais estratégica”, disse Aron Belinky, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-SP (GVces). “O objetivo é proporcionar tanto uma visão mais abrangente da empresa quanto foco em determinados aspectos, de acordo com a necessidade de aprofundamento de cada empresa”, completou.
Tarcila Reis, representante do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) no Conselho Orientador, também entende que o processo de revisão está bem consistente: “O Conselho Orientador está atuando de forma estratégica e suas observações têm sido no sentido de tornar a ferramenta mais sintética”, disse ela, parabenizando o trabalho de todos os envolvidos.
Para Sônia Favaretto, o desenvolvimento da nova geração dos Indicadores Ethos está baseado em ampla pesquisa, em análises profundas e num processo de consulta estruturado. “Houve até a decisão de adiar seu lançamento para que possamos entregar um material de alta qualidade”, disse ela.
Consulta pública on-line
Desde 27 de maio e até 14 de junho de 2013, os Indicadores Ethos de Negócios Sustentáveis e Responsáveis estarão em consulta pública virtual. Para fazer o download do questionário, clique aqui. E, para enviar suas contribuições, acesse a plataforma virtual, clicando aqui.
Esta iniciativa conta com o patrocínio do Instituto Abradee de Energia, do Itaú Unibanco e da Shell.
Por Benjamin Gonçalves e Juliana Soares de Brito, do Instituto Ethos
Crédito das fotos: Letícia Navarro
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CLIPPING DE 05/06/2013

Virada Sustentável começa em 6 de junho, com mais de 600 atrações:
Com mais de 600 atrações espalhadas por cem espaços da cidade de São Paulo, começa em 6 de junho (quinta-feira) a 3ª Virada Sustentável, evento que tem como foco a sustentabilidade. Diferentemente dos anos anteriores, o festival se estenderá até 8 de junho (domingo) e incluirá na programação palestras e rodas de conversas.
“Aglutinamos mais conteúdo na programação sem perder o viés leve e descontraído próprio do evento”, diz André Palhano, um dos organizadores. “É quase uma Virada Cultural com conteúdo temático, que traz ações também sobre qualidade de vida e direitos humanos.”
Entre as novidades está o “Conta Aí”, rodas de conversas com personalidades que atuam na transformação de São Paulo numa cidade mais sustentável. O objetivo é promover bate-papos descontraídos com essas pessoas, que vão compartilhar sua trajetória de vida e sua atuação profissional com o público. O primeiro desses bate-papos contará com a participação de Paulo Itacarambi, vice-presidente executivo do Instituto Ethos, que dividirá o espaço com Caco de Paula, do Planeta Sustentável, Felipe Aragonez, do CicloBR, José Bueno, do Rios e Ruas, Wellington Nogueira, da Doutores da Alegria, e Marcus Nakagawa, da Abreps. O encontro será no dia 6/6, das 9h00 às 11h00, na Escola São Paulo (ESP), que fica na Rua Augusta, 2074.
Outras atividades
No centro, a ONG WWF fará um passeio ciclístico pelas rotas históricas, e a ONG Gastromotiva ensinará a reaproveitar alimentos em uma atividade no Mercadão. No Parque Vila Lobos, o Cine Solar fará projeções de filmes usando energia renovável. Haverá ainda uma feira de trocas e uma apresentação de balé com deficientes visuais.
As oficinas estarão concentradas no Parque da Juventude, onde será possível aprender, na prática, sobre minhocários, alimentação viva e mobilidade urbana.
Diversas exposições ocorrerão simultaneamente no Memorial da América Latina, na Estação Trianon-Masp, no Istituto Europeo di Design, no Conjunto Nacional e no Centro Cultural São Paulo.
A Ludus Luderia, que fica na Bela Vista, organizará o Festival de Jogos de Tabuleiros Sustentáveis, com disputas de Carta da Terra, Mundo Sustentável, Climate Game, Mancala e Recicle, entre outros.
“Mais de 80% é conteúdo artístico. Esperamos que as pessoas se divirtam e voltem para casa mais conscientes”, diz Palhano.
Mais informações: Acesse a programação completa no site www.viradasustentavel.com
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CLIPPING DE 04/06/2013

Generosidade: o quarto elemento do “triple bottom line”:
Isso é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no modelo de gestão das que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade.
Por Rogério Ruschel*
Já não restam dúvidas científicas de que o desenvolvimento sustentável é o único modelo capaz de evitar a degradação em velocidade geométrica das condições de vida e, finalmente, a inevitável extinção de várias espécies de flora e fauna do planeta, entre as quais provavelmente a do Homo Sapiens – isto é, eu, você e nossos descendentes. Desconfie daqueles que se ocultam atrás de frases como “a ciência mesmo tem dúvidas sobre…”. Eles procuram apenas um escudo para esconder sua inércia, preguiça ou covardia.
Sabemos que, para buscar a sustentabilidade, uma pessoa ou organização deve adotar como padrão de comportamento ou gestão ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável – o chamado triple bottom line, conceito formulado pelo britânico John Elkington. Sabemos também que a busca pela sustentabilidade é uma caminhada que deve ser trilhada com início urgente, imediato, mas final inexistente.
Então, o que faz uma pessoa, um cidadão, mobilizar-se pelo assunto ou uma empresa adotar a sustentabilidade no universo corporativo? Não sou um pensador estrangeiro, desses que todos ficam achando mais inteligentes do que os brasileiros, mas entendo que fundamentalmente a diferença está numa qualidade humana chamada generosidade – e que a generosidade é o quarto elemento do triple bottom line.
Generosidade é a qualidade do que é generoso, pródigo, do que perdoa facilmente, nobre, leal; a virtude de quem acrescenta algo ao próximo. Generosas são tanto as pessoas que sentem prazer em dividir algo com mais indivíduos, porque isso lhes fará bem (em um contexto egocêntrico), quanto aquelas pessoas que dividirão bens tangíveis ou intangíveis com outros, sem a necessidade de receber algo em troca. É o contrário da ganância. E isto se aplica quase que literalmente para organizações, porque empresas não pensam: por trás delas sempre estão gestores humanos.
No livro Princípios de Filosofia, René Descartes apresenta a generosidade como “uma despertadora do real valor do Eu” e, ao mesmo tempo, uma mediadora para que “a vontade se disponha a aceitar o concurso do entendimento”. É filosófico, sim, mas é simples: a generosidade é uma qualidade de quem coloca os interesses de terceiros no mesmo plano dos seus interesses pessoais, para resolver um problema ou dilema que atinge a todos, que busca o entendimento. Não é exatamente disso que uma sociedade sustentável necessita?
No campo do direito, isso se chama “interesses difusos” e, como sabemos, os interesses difusos – aqueles próprios do conjunto da sociedade – são constitucionalmente inalienáveis. Resumindo, a generosidade deveria ser um dos fundamentos da sociedade brasileira, até mesmo pelo que está escrito em nossa Constituição: é um bem inalienável. E a ganância, o oposto da generosidade, deveria ser execrada, porque ofende direitos constitucionais coletivos.
No mundo corporativo, a generosidade pode ser traduzida como uma forma de altruísmo – e aqui está a razão por que muitas empresas falam, mas poucas realmente adotam a sustentabilidade no processo de gestão: altruísmo não combina com capitalismo selvagem, com a famosa “lei de Gérson”, aquela de que se deve levar vantagem em tudo.
No mundo corporativo, generosidade significa uma empresa ser menos gananciosa, tomar a decisão de reduzir um pouquinho a margem de lucro ou aumentar em alguns meses o prazo de retorno de um investimento para ser ambientalmente correta e socialmente justa – sem deixar de ser economicamente viável. Significa ter a coragem de contrariar práticas de gestão, regras de mercado, de design de produtos e de formas de concorrência estabelecidas por força de um modelo de crescimento a qualquer custo, que já se demonstrou completamente inviável do ponto de vista de recursos naturais e de felicidade humana.
A generosidade é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no modelo de gestão daquelas que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade ou praticam o greenwashing.
Generosidade corporativa significa também compartilhar gratuitamente seu aprendizado, seu conhecimento, suas patentes, sua força e seus recursos em nome de interesses que ultrapassam os limites da empresa. O jornalista Dal Marcondes, da Envolverde, costuma dizer que filantropia é dar um peixe a quem tem fome, enquanto responsabilidade social é ensinar a pescar e sustentabilidade é preservar o rio. Pois, no contexto da generosidade corporativa, este compartilhamento é liberar a nascente do rio, caso ela esteja no seu terreno, e compreender a importância do fluxo e entorno até a foz. E, além disso, é perceber o que de fato importa, em termos coletivos, para que possa continuar existindo peixes.
Generosidade corporativa é perceber o problema de emissões de gases do efeito estufa não apenas como um volume de particulados em suas chaminés, mas como um assunto de interesse coletivo – e ir além de metas de redução. Generosidade corporativa é compreender que não basta fazer o seu papel; é preciso mobilizar seus parceiros de negócios e fornecedores e, para isso, poderá ser necessário ceder em aspectos antes inegociáveis.
Mas a generosidade corporativa também oferece vantagens e oportunidades de negócios. Alguns exemplos, já clássicos:
  • Em Bangladesh, a Danone francesa se associou a cooperativas de trabalhadores e ao Grameen Bank para implantar 50 fábricas de iogurte de baixo custo. Com isso, os funcionários passaram a ser sócios e consumidores ao mesmo tempo e se consegue atender crianças subnutridas com redução de custos fixos de produção. Marketing? Sim, e inteligente, porque o modelo só funciona se houver redução da margem de lucro – uma opção generosa para conquistar mercado;
  • No começo dos anos 2000, a Sadia investiu na construção de dezenas de biodigestores nas propriedades de pequenos produtores de suínos. E por que ela fez isso, se não está no ramo de produção de energia? Porque, com esta iniciativa, passou a evitar dezenas (talvez centenas) de multas ambientais pela contaminação do solo com os resíduos da criação, reduziu os custos dos produtores, que passaram a gerar sua própria energia elétrica, agregou valor à atividade para fixar os filhos dos produtores no campo, perpetuando o fornecimento de matéria-prima, e ainda gerou créditos de carbono! Puro negócio? Sim, mas a generosidade está em investir “dinheiro bom” numa ideia coletiva, com prazo longo de recuperação;
  • Evoluindo aos poucos durante os anos 1990, a Interfaceflor, empresa norte-americana fabricante de tapetes, já está desenvolvendo produtos com 100% de fibras recicladas a partir dos tapetes velhos de seus clientes. Ao fazer isso, percebeu uma ótima oportunidade. Como tapete é artigo de decoração e sai de moda, a empresa mudou o modelo de negócio: está propondo que seus clientes não comprem seus tapetes. Como num processo de “leasing” de automóveis, as famílias podem ficar com o produto ou trocar por outro, ao fim do pagamento. Em 12 anos, o lucro da empresa cresceu 82%, num mercado que diminuiu 30% no mesmo período. Coragem para mudar exige generosidade
Na linha do tempo da história, a generosidade é um dos traços da personalidade de pessoas que trouxeram benefícios universais para a humanidade, como Mahatma Gandhi, Buda, Jesus Cristo, Nelson Mandela, Martin Luther King, Wangari Maathai, Muhammad Yunus, Madre Teresa de Calcutá e outros, mas também aparece em pequenos gestos de pessoas comuns em nosso dia a dia, os quais merecem ser elogiados e replicados.
Se lhe parece complicado entender a importância da generosidade como parte da essência da sustentabilidade, basta pensar no seu oposto, a ganância – que é a base de quase tudo de errado em nossa sociedade. Aí com certeza você vai concordar comigo que a generosidade realmente vai ser reconhecida um dia como o necessário quarto elemento do triple (quadruple) bottom line.
* O jornalista Rogério R. Ruschel é consultor em sustentabilidade e diretor da Ruschel & Associados.
Artigo publicado originalmente no Portal Envolverde, em março de 2010.
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Este texto faz parte de uma série de artigos de especialistas promovida pela área de Gestão Sustentável do Instituto Ethos, cujo objetivo é subsidiar e estimular as boas práticas de gestão.
Veja também:

- A promoção da igualdade racial pelas empresas, de Reinaldo Bulgarelli;

- Relacionamento com partes interessadas, de Regi Magalhães;

- Usar o poder dos negócios para resolver problemas socioambientais, de Ricardo Abramovay;

- As empresas e o combate à corrupção, de Henrique Lian;

- Incorporação dos princípios da responsabilidade social, de Vivian Smith;

- O princípio da transparência no contexto da governança corporativa, de Lélio Lauretti;

- Empresas e comunidades rumo ao futuro, de Cláudio Boechat;

- O capital natural, de Roberto Strumpf;

- Luzes da ribalta: a lenta evolução para a transparência financeira, de Ladislau Dowbor;

- Painel de stakeholders: uma abordagem de engajamento versátil e estruturada, de Antônio Carlos Carneiro de Albuquerque e Cyrille Bellier;

- Como nasce a ética?, de Leonardo Boff;

- As empresas e o desafio do combate ao trabalho escravo, de Juliana Gomes Ramalho Monteiro e Mariana de Castro Abreu;

- Equidade de gênero nas empresas: por uma economia mais inteligente e por direito, de Camila Morsch;

- PL n° 6.826/10 pode alterar cenário de combate à corrupção no Brasil, de Bruno Maeda e Carlos Ayres;

- Engajamento: o caminho para relações do trabalho sustentáveis, de Marcelo Lomelino;

- Sustentabilidade na cadeia de valor, de Cristina Fedato; e

- Métodos para integrar a responsabilidade social na gestão, de Jorge Emanuel Reis Cajazeira e José Carlos Barbieri.

CLIPPING DE 03/06/2013

Banco Santander ingressa no Cadastro Pró-Ética:
A instituição foi a única entre quatro analisadas a atender integralmente os requisitos exigidos para ter aceito seu pedido de adesão ao cadastro.
O Comitê Gestor do Cadastro Empresa Pró-Ética, mantido pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelo Instituto Ethos, aprovou a inclusão do Banco Santander. A instituição foi a única entre quatro analisadas a atender integralmente os requisitos exigidos para ter seu pedido de adesão aceito.
O Cadastro Pró-Ética conta, agora, com 15 empresas consideradas comprometidas com a ética e a integridade. Para conhecer todas as companhias que fazem parte do cadastro, clique aqui.
A decisão foi adotada após o Comitê Gestor avaliar documentos e informações apresentadas pelas empresas referentes às medidas de ética e integridade. Ao todo, 22 instituições solicitaram adesão à iniciativa, das quais quatro finalizaram e submeteram seus questionários à avaliação do Comitê Gestor.
Entre as iniciativas que contribuíram para a inclusão do Banco Santander no Cadastro Pró-Ética está a Política Anticorrupção e Suborno da instituição, que define claramente a posição do banco contra qualquer ato de corrupção e se aplica a todos os seus colaboradores.
Além disso, o Santander também adotou um novo modelo de contrato de fornecedores que institui o compromisso de trabalhar contra a corrupção em todas as suas formas. Cursos obrigatórios sobre ética e prevenção à lavagem de dinheiro também estão entre as medidas de integridade adotadas pela organização.
Iniciativa pioneira
O Cadastro Empresa Pró-Ética é um projeto da CGU e do Instituto Ethos que objetiva destacar empresas engajadas na construção de um ambiente de ética e confiança nas relações empresariais, inclusive naquelas que envolvem o setor público, que investem na implementação de medidas de governança corporativa e de prevenção da corrupção.
Segundo Sérgio Seabra, secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da CGU, o Cadastro Pró-Ética é uma importante iniciativa que deve ser cada dia mais incentivada, pois “é impossível combater efetivamente a corrupção sem a participação do setor privado. É preciso conjugar esforços do governo, dos cidadãos e das empresas”.
A solicitação de adesão à iniciativa é voluntária. A empresa interessada deve responder um questionário sobre a implementação de medidas de integridade e anticorrupção. Para cada item do questionário, a empresa encaminha informações e/ou documentos que atestem os dados informados. Para ser aprovada no cadastro, a instituição precisa atender a 100% dos itens obrigatórios e, pelo menos, a 50% dos itens desejáveis, presentes no questionário.
Ao aderir ao Cadastro Empresa Pró-Ética, a organização assume um compromisso público, por meio da assinatura de Termo de Compromisso, perante o governo e a sociedade, como forma de declarar sua disposição em investir em medidas de promoção da ética e de prevenção da corrupção que contribuam para um ambiente mais íntegro, ético e transparente no setor privado e em suas relações com o setor público.
O Comitê Gestor é a instância colegiada responsável por analisar solicitações de adesão ao Cadastro Empresa Pró-Ética e deliberar sobre a admissão de empresas, assim como por discutir e deliberar sobre atualizações dos requisitos para integrar a lista, entre outros assuntos.
Integram esse comitê representantes da CGU, do Instituto Ethos, da Confederação Nacional de Indústrias (CNI), da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da BM&F Bovespa, do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), do Instituto de Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O post Banco Santander ingressa no Cadastro Pró-Ética apareceu primeiro em Instituto Ethos.