CLIPPING DE 25/05/2013

Boa Prática: Campanha Trabalho Rural Tem Que Ser Legal – Syngenta
A Campanha Trabalho Rural tem que ser legal, desenvolvida pela Syngenta desde 2011, visa promover condições decentes de trabalho nas comunidades rurais produtoras de semente para a Syngenta.

CLIPPING DE 24/05/2013

Ferramentas para avaliar e relatar o progresso das empresas rumo à sustentabilidade:
Ethos participa da conferência da GRI em Amsterdã, para mostrar um pouco do cenário brasileiro em relação à transparência e à sustentabilidade nos negócios.

Por Jorge Abrahão*, de Amsterdã, na Holanda
Começou nesta quarta-feira (22/5) e vai até 24 de maio a Global Conference on Sustainability and Reporting (Conferência Global sobre Sustentabilidade e Relatórios), em Amsterdã, na Holanda, evento promovido pela Global Reporting Initiative (GRI), que reunirá 1.500 líderes e profissionais de empresas, sociedade civil, organizações internacionais, governos, instituições financeiras, relações trabalhistas e academia, com o objetivo de estabelecer soluções colaborativas para o atual desafio de sustentabilidade que enfrentamos atualmente.
O Instituto Ethos fará parte da Delegação Brasileira na conferência de Amsterdã, com o objetivo de mostrar um pouco do cenário brasileiro em relação à transparência e à sustentabilidade. O painel do qual o Ethos participa tratará dos desafios do Brasil, um país que, apesar de jovem, tem proporções continentais, assim como seus desafios nas questões sociais e ambientais.
Os principais pontos a serem trabalhados na intervenção brasileira serão as ações que instituições e empresas podem realizar para aumentar o nível de transparência e melhorar as práticas de sustentabilidade.
Os resultados que vêm sendo obtidos nessa caminhada podem ser demonstrados pela crescente quantidade e qualidade dos relatórios de sustentabilidade existentes no país.
GRI e os Indicadores Ethos
Outro importante destaque da Conferência Global de Amsterdã será o lançamento da próxima geração das Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade GRI-G4, que introduz a integração da informação de sustentabilidade com a informação financeira.
Este também é o ano em que o Ethos lançará a nova geração dos Indicadores Ethos, que busca integração com as principais referências de sustentabilidade em que se baseiam as empresas.
Os Indicadores Ethos e as Diretrizes da GRI são ferramentas que se complementam. Enquanto os Indicadores funcionam como uma ferramenta de autoavaliação, os relatórios GRI funcionam como uma ferramenta de relato, ou seja, de informar o que se fez e aonde se quer chegar.
Para relatar as ações empresariais com clareza, é preciso criar um processo de conhecimento dentro da empresa para que ela saiba avaliar sua gestão na perspectiva da sustentabilidade e da responsabilidade social. Sendo assim, os Indicadores Ethos representam uma importante ferramenta de avaliação, desde a sua criação, no ano de 2000.
Sinergia entre Indicadores Ethos e GRI-G4
A nova versão dos Indicadores Ethos está sendo pensada e construída em conformidade com a GRI-G4, para que ambas as ferramentas continuem caminhando em conjunto. Essa nova geração dos Indicadores Ethos está sendo elaborada com uma revisão do questionário, atualizando-se a ferramenta de forma participativa para gerar impactos positivos. O objetivo da nova edição é estabelecer sinergia entre os Indicadores Ethos e as práticas das normas de responsabilidade social ISO 26000 e ABNT NBR 16001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem como com as Diretrizes da GRI.
Já a quarta geração das Diretrizes da GRI para Relatórios de Sustentabilidade, a GRI G4, está sendo pensada com o intuito de tornar o relato mais fácil e preciso.
Como parte do processo participativo da nova geração dos Indicadores Ethos, será aberta, a partir de 27 de maio e até 14 de junho, uma consulta pública sobre os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis, pelo site do Instituto Ethos.
* Jorge Abrahão é presidente do Instituto Ethos.

CLIPPING DE 23/05/2013


Prêmio Eco aponta caminhos de inovação:

Daniela Aiach, da Amcham, fala sobre a premiação, que desde 1982 vem acompanhando a evolução da sustentabilidade empresarial no país.
O Prêmio Eco, pioneiro em reconhecer a sustentabilidade empresarial no Brasil, chega aos 31 anos com uma bagagem de dupla função: servir para análise do tema no país e apontar novos caminhos. Desde 1982, a premiação recebeu 2.630 projetos de 2.117 companhias nacionais e multinacionais.
Os registros permitem verificar como o setor produtivo brasileiro entrou – e evoluiu – na era sustentável. “As empresas foram incorporando o conceito e passaram a desenvolver seu próprio conhecimento no assunto”, comenta Daniela Aiach, diretora de Eventos Corporativos da Amcham e responsável pelo Prêmio Eco.
De práticas específicas, a sustentabilidade passou a influenciar a gestão toda das organizações. “Ao mesmo tempo que estamos identificando projetos eficientes, incentivamos a inovação das gestões em sustentabilidade”, diz a diretora.
Um dos pilares de sustentação dessa linha histórica é o modelo de julgamento por que passam os inscritos, pontua Daniela. Um corpo de 53 jurados especializados analisa os projetos e confere notas, que depois são enviadas às empresas, funcionando como um balizador.
Na entrevista a seguir, Daniela Aiach comenta como o prêmio também foi se transformando, ao longo das últimas três décadas, para acompanhar e incentivar a evolução da sustentabilidade empresarial no país.
A 31ª edição do Prêmio Eco está com inscrições abertas até 19 de julho de 2013. Há categorias que reconhecem tanto os projetos que relatam práticas quanto os que detalham gestões sustentáveis. Todas as informações estão no site www.premioeco.com.br. A entrega dos troféus será em 6 de dezembro.
Simei MoraisComo surgiu a iniciativa do Prêmio Eco, no começo dos anos 1980?
Daniela Aiach: A Amcham sempre atuou discutindo tudo o que é pertinente ao mundo corporativo, com reuniões constantes entre os associados, líderes e especialistas, abordando o que é tendência. Em 1982, a entidade entendeu que a sustentabilidade, na época conhecida como cidadania empresarial, faria parte significativa da vida das empresas no futuro. Entre os próprios associados ela já começava a despontar. Na época, o foco do prêmio era reconhecer as empresas que contribuíam para melhorar o bem-estar dos trabalhadores e da comunidade. Por isso o nome “ECO”, que deriva das palavras “empresa” e “comunidade”.
SM: Esse foco se alterou de alguma forma, ao longo do tempo?
DA: As empresas mudaram e o país também. A realidade se transformou na política, na sociedade e na economia. Então as relações acompanharam essa evolução. As empresas entenderam que tinham mais públicos. Logo em 1987, cinco anos depois da primeira edição do prêmio, o objetivo era chamar a atenção para os exemplos de empresas que tinham efetiva atuação social. Assim, não apenas iríamos premiar, mas também disseminar para outras empresas o conceito, dando exemplos de práticas. Nos anos seguintes, as empresas foram incorporando o conceito e desenvolvendo seu próprio conhecimento no assunto, e o termo “cidadania empresarial” passou a ser mais amplo: “responsabilidade social corporativa”. De poucos anos para cá, as empresas começaram a ir além de práticas e projetos para incorporar os conceitos de sustentabilidade na gestão. O Prêmio Eco passou então a reconhecer as duas frentes de atuação, as práticas e a gestão da empresa.
SM: O que você pode citar como exemplos práticos dessa evolução?
DA: Muitas áreas que eram contempladas com práticas de responsabilidade social empresarial na década de 1980, como educação, cultura e saúde pública, ainda o são hoje. Mas o foco das ações muda, à medida que a população avança nessas questões. Na década de 1980 e começo dos anos 1990, quando a aids era um total mistério e os índices de infectados cresciam em escala bem maior do que a de hoje, grandes empresas faziam programas de educação sobre doenças sexualmente transmissíveis e até apoiavam ambulatórios com atendimento a doentes. Hoje, o que vemos, por exemplo, são organizações que procuram funcionar sob a lógica da sustentabilidade em toda a sua cadeia, desde as compras que faz, minimizando impactos no meio ambiente, até a política de relacionamento com fornecedores, clientes e todos os outros públicos, de acordo com a realidade de cada um. Há empresas que compram materiais e serviços apenas de quem se encaixa em aspectos sustentáveis.
SM: Você diz que as empresas evoluíram e expandiram o conceito de sustentabilidade empresarial. E a percepção da sociedade, como ficou?
DA: A sociedade, em geral, já sabe cobrar seus direitos nas relações com as empresas. A própria democracia do país, que se fortaleceu, contribui para isso. E há informação em todo lugar, de diversas formas. Temos filmes famosos mostrando a ética entre as pessoas e o mundo corporativo, desde O Cidadão Kane, da década de 1940, até a série Wall Street, que é bem mais recente. Estamos numa era em que a informação acontece de forma horizontal, e não mais vertical, saindo da cabeça apenas das corporações. Com tanta informação, a sociedade aprendeu a identificar os perfis das companhias e a se relacionar com elas de modo coerente com suas ações, inclusive cobrando.
SM: No início, o Prêmio Eco era reconhecimento e também um disseminador do conceito. E hoje, que relevância tem um processo como esse?
DA: O nível de relações se ampliou, tanto no business to business quanto com os demais públicos, sejam eles o interno, a comunidade ou os governos. O nível de cobrança também se ampliou em todas essas relações e, mais do que em qualquer outra época, se pede auditoria. Tudo tem de ser certificado e exposto às claras, para que se conheça o modo como o negócio é conduzido. É uma premissa muito evidente, por exemplo, quando se abre o capital: ninguém consegue captar recursos se não comprovar a sustentabilidade do negócio em toda a cadeia. Esse caráter de comprovação da saúde de uma organização permeou as relações com os stakeholders, a ponto de se criarem índices de sustentabilidade nas bolsas de valores como a de São Paulo e a de Nova York. Por isso, fomos a fundo no quesito avaliação. A Amcham faz questão de ter um extenso corpo de jurados que tenha independência em relação às empresas. Contamos com 53 especialistas, de universidades, institutos, escritórios. Nenhum se comunica com o outro sobre os projetos que avaliam. E as avaliações, em forma de gráfico aranha, são enviadas aos candidatos, após a entrega do prêmio, para que saibam como foi o desempenho de seus projetos, as médias de suas categorias e as notas dos vencedores. É um jeito, inclusive, de contribuir para a melhoria e a continuidade desses mesmos projetos inscritos. Há empresas que usam esse relatório como peça-chave no planejamento estratégico do ano seguinte.
SM: E para onde a sustentabilidade empresarial caminha, no Brasil?
DA: Esse novo modelo de gestão está se espalhando pelo país e em empresas de todo porte. Nas últimas edições, tivemos cases altamente inovadores, exemplos inspiradores para outras empresas. As organizações já se preocupam não apenas em realizar práticas pontuais, mas em viver a sustentabilidade no dia a dia. As novas lideranças já vêm com essa visão, um raciocínio contemporâneo, de que esse é o caminho para um desenvolvimento contínuo e mais justo. Percebemos que as empresas que caminham para a sustentabilidade estão mais abertas ao novo, buscam melhorias contínuas, atraem talentos, são vivas e estão em constante evolução.
Por Simei Morais, da Amcham-SP

CLIPPING DE 22/05/2013


Participe da consulta presencial sobre os Indicadores Ethos!:
No dia 4 de junho de 2013, o Instituto Ethos vai realizar uma Consulta Presencial sobre os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis. Todos estão convidados a participar e contribuir para a construção dessa nova geração dos Indicadores Ethos, que será lançada ainda este ano.
O encontro será na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. Confira a programação a seguir e faça sua inscrição.
Programação
9h30 – Abertura

9h40 – Processo de Desenvolvimento da Nova Geração – Onde Estamos e Novidades Propostas

10h00 – Sessão A: Avaliação Geral dos Indicadores Ethos:

- Estrutura;

- Uso;

- Aplicabilidade;

- Sinergias;

- Aperfeiçoamento para a gestão.
Almoço livre
14h00 – Retorno

14h20 – Sessão B: Discussão Temática:

Governança;

- Práticas de operação e gestão;

- Direitos humanos;

- Práticas de trabalho;

- Questões relativas ao consumidor;

- Envolvimento com a comunidade e seu desenvolvimento;

- Meio ambiente.

17h30
 – Encerramento
SERVIÇO
O quê: Consulta Presencial sobre os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis;

Quando: 4 de junho de 2013;

Local: Sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI);

Endereço: Rua Surubim, 504 – Brooklin Novo, São Paulo (SP);

Inscrições:
É possível inscrever-se em apenas uma das sessões ou em ambas.
  • Para inscrever-se na “Sessão A: Avaliação Geral dos Indicadores Ethos”, clique aqui.
  • Para inscrever-se na “Sessão B: Discussão Temática”, clique aqui.
  • Para se inscrever no evento completo, é preciso acessar os dois links. A confirmação será enviada para o e-mail informado.
A partir de 27 de maio de 2013, o questionário da Nova Geração dos Indicadores Ethos estará disponível para download no site do Instituto Ethos.

CLIPPING DE 21/05/2013


Curso do GIFE foca em projetos sociais com sustentabilidade:
O GIFE – Grupo de Institutos, Fundações e Empresas está com inscrições abertas para o terceiro módulo do curso Ferramentas de Gestão “Composição de Projetos na Perspectiva da Sustentabilidade”.  Ele será realizado entre os dias 06 e 07 de junho, no Hotel Feller, em São Paulo e os interessados devem acessar o site para se inscreverem – www.gife.org.br.
O programa é voltado a profissionais de associações, institutos, fundações e empresas ligados à operação dos projetos sociais de suas organizações. Os participantes terão a oportunidade de conhecer uma série de instrumentos de elaboração (Mapa, Planos, Cronograma, Marco Lógico) e indicadores de sustentabilidade de projetos (Governança, Inovação, Gestão Social, Resultados, Gestão e Impacto Econômico, Gestão e Impacto Ambiental).
As aulas serão ministradas pela especialista Rosana Kisil, consultora em processos de desenvolvimento organizacional e comunitário, planejamento estratégico e fortalecimento de conselhos em organizações sem fins lucrativos.
A programação completa do Ferramentas de Gestão foi elaborada para ser aplicada durante o ano, porém os módulos são independentes e o profissional pode focar nos temas que realmente quer aprender.
O GIFE também oferece a versão In Company do curso para organizações que buscam conteúdos customizados às suas práticas sociais. Mais informações: email hidden; JavaScript is required
Agenda
Composição de Projetos na Perspectiva da Sustentabilidade
Data: 06 e 07 de junho

Horário: Quinta-Feira das 9h00 às 18h00

Sexta-Feira das 9h00 às 18h00

Local: Hotel Feller – Rua São Carlos do Pinhal, 200 – Bela Vista/ SP

(entre as estações Trianon-Masp e Brigadeiro do metrô).
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Sobre o GIFE
O GIFE é a primeira associação da América do Sul a reunir organizações de origem empresarial, familiar, independente e comunitária que investem em projetos com finalidade pública. Criado em 1995, o GIFE aperfeiçoa e difunde o investimento social, entendido como um repasse planejado, monitorado, sistemático e voluntário de recursos para projetos sociais, ambientais e culturais. Com 18 anos de trabalho, o GIFE conta com 134 associados, que investem cerca de R$ 2,3 bilhões por ano, e vem contribuindo para o desenvolvimento de organizações similares em outros países.

Mais informações: www.gife.org.br.

CLIPPING DE 19/05/2013


Empresas firmam compromissos por uma gestão sustentável de resíduos sólidos:
O GT de Resíduos Sólidos do Ethos lança carta de compromissos na presença das três instâncias governamentais, das empresas e da sociedade civil.
Na manhã do dia 14 de maio, uma centena de participantes de empresas e instituições se reuniram na sede da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), em São Paulo, com representantes do governo federal do governo paulista e da prefeitura do município de São Paulo para a entrega oficial da Carta de Compromissos “Empresas pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos”.
Até o momento, 62 empresas e entidades aderiram à iniciativa (ver a lista abaixo). Grupos do porte da Suzano Papel e Celulose, Natura, Unimed Brasil, Walmart Brasil, Mafrig e Bombril, entre outros, além de médias e pequenas empresas, comprometeram-se publicamente com sete ações para acelerar a efetiva gestão sustentável dos resíduos sólidos no Brasil, considerando-a como uma oportunidade única para construir um novo modelo de desenvolvimento para o país.
A iniciativa foi coordenada pelo Instituto Ethos, por meio de seu Grupo de Trabalho (GT) de Resíduos Sólidos, após um profundo diálogo e avaliação com todos os setores. Essa análise prévia dos desafios envolvendo a produção e o descarte responsável teve como base a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº. 12.305 de 2010, e os prazos que esta define, como o ano de 2014 para a total extinção dos lixões no Brasil e sua substituição pela reciclagem e por aterros eficientes, no caso de itens de fato inservíveis.
“Não existe mais lixo”
O professor José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio-SP abriu o evento ressaltando que a PNRS coloca novos componentes na atividade comercial. Os produtos que vêm das indústrias agora precisam voltar. “O ‘lixo’ não existe mais, e sim resíduos a reciclar e dar destinação correta”, destacou, lembrando o avanço conceitual já conquistado e a existência de cadeias lucrativas nesta área, como a do alumínio e a dos pneus. Contudo, lembrou Goldemberg, ainda há setores resistentes a esclarecer a questão. “Nada pior que ficar empilhando, em aterros, materiais reaproveitáveis. É um grande desperdício”, disse ele.
Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, celebrou a importância do evento – com a presença das três instâncias governamentais, das empresas e da sociedade civil – e do documento formulado. Frutos ambos, de um longo caminho pelo desenvolvimento sustentável, campo marcado, sobretudo, por duas grandes questões: os limites planetários da produção e do consumo e a erradicação da pobreza e da desigualdade social. “O mundo está definindo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável com metas claras”,  disse Abrahão, referindo-se ao movimento das Nações Unidas, nos moldes dos Objetivos do Milênio. “E os resíduos são peça chave na resolução dos dilemas e desafios.”
“O Brasil está se destacando nesse campo, mas vale lembrar que não se progride sem as empresas. Dois terços da riqueza nacional e três quartos dos empregos são gerados pelo setor privado”, comentou Abrahão. “Esta Carta de Compromissos, firmada de forma corajosa e voluntária, vem contribuir para dar velocidade à mudança de atitudes. A sociedade em geral pede ações concretas pela transformação. É possível avançar”, defendeu.
Urgência no agir
Caio Magri, gerente executivo de Políticas Públicas do Ethos, aproveitou e reforçou o convite geral a todos os interessados para a participar das reuniões mensais do GT de Resíduos Sólidos. Este, sob a coordenação de Daniela Damiati, foca agora na definição de como monitorar os compromissos firmados, no diagnóstico do cenário ligado à gestão de resíduos e na fomentação da sincronização das políticas públicas para esse área. Além disto, divulga e estimula boas práticas e negócios inovadores no setor.
A manhã prosseguiu com uma mesa composta de representantes das empresas participantes do GT. Lucilene Prado, diretora jurídica e de Relações Governamentais da Natura, fez uma contundente defesa de que a solução para os resíduos entre no planejamento e nos cálculos da taxa de retorno dos produtos, antes que não haja mais retorno algum. “Temos uma ótica quase infantil, imaginária no senso comum. Apenas considerar os custos de retorno dos materiais a quem os produziu não é suficiente”, explicou ela, citando dados do quanto ainda há por realizar. “Só nas represas da cidade de São Paulo são despejadas 400 toneladas de detritos diariamente. Precisamos de uma reprogramação mental, uma nova ética empresarial e social.”
João Alves Pacheco, diretor de Engenharia e Sustentabilidade da Cushmam & Wakefield, empresa da área de administração de imóveis, destacou boas práticas já possíveis, como o programa Edifício Vivo, executado por sua empresa para trazer eficiência na destinação dos resíduos residenciais.
Lucien Belmonte, superintendente da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), reforçou os apelos por maior engajamento. “Não basta apenas patrocinar eventos como este ou fazer uma coisinha aqui, outra ali. É preciso assinar a Carta de Compromissos e executar as ações”, declarou. “Lei é lei e deve ser cumprida”, disse, lembrando o atraso na aplicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Belmonte reconheceu a complexidade do cenário, os vícios que impedem a mudança, como municípios que não querem avançar e modificar seus contratos de coleta e limpeza pública, e também pontuou que os custos das externalidades devem ser incluídos nos preços finais.“Não se pode pensar que o catador, que não custa nada, é quem vai resolver. Quem quiser consumir um produto mais impactante deve pagar por isso.”
Compromisso oficial
A Carta de Compromissos “Empresas pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos”, que inclui apontamentos ao governo brasileiro para que o esforço empresarial esteja associado a ações governamentais, foi então entregue por Jorge Abrahão aos representantes do poder públicos presentes no evento: Ney Maranhão, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente; Bruno Covas, secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e Simão Pedro Chiovetti, secretário municipal de Serviços da capital paulista.
Chiovetti assinalou os desafios ligados à gestão de resíduos na metrópole, a descontinuidade passada nos esforços nessa área e os ainda baixos índices de reciclagem atuais (1,8% do total coletado), contrapondo os planos para a área da atual administração. O Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), por exemplo, foi substituído por uma autarquia, a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), com maior autonomia de atuação, e a cidade terá quatro grandes estações de reciclagem mecanizadas, que poderão lidar com 250 toneladas por dia de detritos. Em 20 de maio próximo, serão inauguradas as duas primeiras. Entre as medidas definidas, consta também a revisão da Política Municipal para o Gerenciamento dos Resíduos, que poderá ser acompanhada por meio de grupos técnicos.
Bruno Covas destacou a boa posição do Estado de São Paulo em relação à PNRS, com menos de 30 lixões para erradicar até agosto de 2014, sendo esta uma exceção no Brasil. Informou que existem já termos de compromissos firmados com onze setores e que o Estado licitará a elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, bem como apoiará os municípios paulistas na estruturação de seus próprios planos. Acrescentou que existe um fundo estadual para financiar equipamentos para aterros nos municípios e só terão acesso aos recursos municípios que apresentarem seus planos, como exige a lei.
Ney Maranhão informou que o Ministério do Meio Ambiente também dá incentivos e que a lei brasileira foi inovadora ao determinar a responsabilidade compartilhada entre governos, sociedade civil e empresas. Confirmou que o Estado de São Paulo está em excelente posição em relação ao cumprimento da PNRS, mas que é preciso respeitar os diferentes tempos, das diferentes realidades brasileiras. Esclareceu que o ministério não implementa a PNRS, mas orienta e reforça mecanismos de convergência, com cinco grupos de trabalho focados no tema, como o de manejo e coleta das embalagens de agrotóxicos, por exemplo.
Maranhão encerrou pedindo que todos comuniquem ao ministério as distorções que encontrarem nesse campo e solicitou mais contatos e conversas, como neste evento promovido pelo Instituto Ethos.
Adesão
A Carta de Compromissos “Empresas pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos” continua disponível para a adesão das empresas interessadas no site do Ethos. Participe!
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Roda de diálogo antecedeu lançamento da Carta
O Instituto Ethos promove espaços para o entendimento e ações conjuntas entre empresas, governos e a sociedade civil em torno de temas atuais e urgentes para o avanço do desenvolvimento sustentável no país. Na construção da Carta de Compromissos “Empresas pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos”, assinada por 58 empresas e instituições, até o momento, e entregue em 14 de maio ao Ministério do Meio Ambiente, ao governo do Estado de São Paulo e à prefeitura paulistana, vários encontros apoiaram todo o processo.
Entre eles, destacou-se a Roda de Diálogo “As Empresas e a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, realizado em 30 de abril, na sede do Instituto Ethos. Nele, as empresas associadas puderam conhecer o projeto Práticas Empresariais, entender melhor a Política Nacional de Resíduos Sólidos e conhecer em detalhe o caso da Rota da Reciclagem, projeto estruturado e mantido pela Tetra Pak.
Foram interlocutores convidados Mateus Mendonça, consultor em inovação e sustentabilidade e sócio-diretor de Programas de Coleta Seletiva e de Tecnologias de Reciclagem da Geral Viveiros de Projetos, e Juliana Matos Seidel, especialista sênior em desenvolvimento sustentável na Tetra Pak.
“A Roda de Diálogo é um importante espaço de troca de experiências entre o Ethos e seus associados”, disse Daniela Damiati, coordenadora de Políticas Públicas no Instituto Ethos. “Particularmente, achei muito enriquecedor poder compartilhar as discussões que temos nos grupos de trabalho com outros associados e ouvir sobre os desafios e oportunidades que eles estão vislumbrando no tema. E nunca é demais ouvir as reflexões instigantes e provocadoras do Mateus Mendonça sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ele vem trabalhando nessa área há muitos anos e sua energia e seu espírito empreendedor são contagiantes. Já a Juliana Seidel nos mostrou como a Tetra Pak saiu na frente ao buscar tecnologias para viabilizar a reciclagem de suas embalagens. Um exemplo de como a inovação aliada à sustentabilidade pode ser um diferencial para a empresa, gerando bons negócios. Espero ter outras oportunidades como esta”, completou ela.
Mendonça falou dos conflitos de interesses existentes na gestão de resíduos; da necessidade de coletar os resíduos na mesma região em que foram gerados, e não por meio de compensações em outras localidades; e das condições de trabalho de catadores. E comparou a incineração com a reciclagem.
Já Juliana explicou o processo de reciclagem das embalagens Tetra Pak, com a retirada da polpa de celulose mediante agitação com água e o encaminhamento da massa de plástico com alumínio resultante para a fabricação de telhas e placas.
Ela informou que o portal www.rotadareciclagem.com.br já possui mais de 3.000 pontos de coleta de materiais recicláveis mapeados. Esse sistema, além de atender as necessidades da Tetra Pak, é um serviço de utilidade pública, porque apoia vários elos da cadeia da reciclagem, inclusive os que compram os recicláveis para reaproveitamento em outras cadeias produtivas.
A empresa também criou o www.culturaambientalnasescolas.com.br, com o objetivo de disseminar a educação ambiental entre os alunos. “Existe um investimento alto para o desenvolvimento desse trabalho, porém não fazer é muito mais oneroso”, concluiu a especialista.
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Por Neuza Árbocz, para o Instituto Ethos
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Lista de Signatários (até 14 de maio de 2013)
1            ALTUS SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO S.A.

2            AMBIENSYS GESTÃO AMBIENTAL LTDA.

3            ASSOCIAÇÃO COMERCIAL EMPRESARIAL DE ILHABELA

4            BOMBRIL

5            BRACELPA

6            CAPITAL COMUNICAÇÃO & MARKETING LTDA.

7            CAPITANO GASTRONOMIA LTDA. ME

8            CEAI – CENTRO DE ESTUDO E APRENDIZAGEM INTEGRAL

9            CERVI FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO E HOMEOPATIA LTDA.

10         COOPERATIVA DE TRABALHOS MÉDICOS – UNIMED BELÉM

11         CUSHMAN & WAKEFIELD CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA.

12         ECOASSIST SERVIÇOS SUSTENTÁVEIS E PARTICIPAÇÕES LTDA.

13         EDUCATION  – COMMUNICATION REVIEW

14         ESENSE – CONSULTORIA EM COMP. EMPRESARIAL

15         ESSENCIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS S.A.

16         ESTRE AMBIENTAL

17         ETIKA CONSULTORIA

18         FACULDADE TREVISAN LTDA.

19         FERNANDO FRAGOZO CONSULTORIA

20         GRUPO PROMON

21         HAZTEC TECNOLOGIA E PLANEJAMENTO AMBIENTAL S.A.

22         I.A.BOTELHO ILHABELA ME

23         IBEMA CIA. BRASILEIRA DE PAPEL

24         INDÚSTRIA ELETROMECÂNICA BALESTRO LTDA.

25         ISOQUALITAS

26         ITAUTEC S.A. – GRUPO ITAUTEC

27         J. GONÇALVES DOS SANTOS FILHO E CIA.

28         J.B.COLEMAN-ME

29         J2DA TREINAMENTO ECONSULTORIA LTDA.

30         JBR ENGENHARIA LTDA.

31         KIMBERLY-CLARK BRASIL

32         LEXMARK INTERNACIONAL DO BRASIL LTDA.

33         LIBRA TERMINAIS S.A.

34         MAFRIG ALIMENTOS S.A.

35         METANÓIA PLANETA SUSTENTÁVEL

36         NATURA COSMÉTICOS S.A.

37         NEXTEL TELECOMUNICAÇÕES

38         OKENA SERVIÇOS AMBIENTAIS LTDA.

39         POUSADA ECOILHA LTDA. ME

40         POUSADA MANGA ROSA

41         POUSADA PRAIA DO PORTINHO LTDA.

42         PRAC – CONSULTORIA, GERENCIMENTO E GESTÃO AMBIENTAL

43         RELLATO COMUNICAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

44         REPLASTEC INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE RECICLÁVEIS

45         RESI SOLUTION GERENCIAMENTO DE RESIDUOS LTDA.

46         RL HIGIENE

47         RR AMBIENTAL

48         S.M.COVAS – ME

49         SCHNEIDER ELECTRIC BRASIL

50         SILCON AMBIENTAL

51         SISTEMA CICLO PROCESSAMENTOS LTDA. – ME

52         SUZANO PAPEL E CELULOSE

53         UNIMED DO BRASIL

54         UNIMED LIMEIRA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO

55         USINAZUL

56         VERDEAZUL

57         VISUAL SISTEMAS ELETRÔNICOS LTDA.

58         WALMART BRASIL
Adesão de Apoio
1  ABIVIDRO – ASSOCIAÇÃO TÉCNICA BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS AUTOMÁTICAS DE VIDRO;

2  ABRELPE- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS;

3  FECOMERCIO – FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, TURISMO E SERVIÇOS DO ESTADO DE SÃO PAULO;

4  ONG CONSCIÊNCIA LIMPA.